TARGÉLIA BARRETO DE MENESES
( Brasil – Pernambuco )
( 1879- 1909 )
Poetisa, natural de Recife. Com apenas 14 anos, publicava poesias no periódico Diário de Pernambuco. Fundou ao lado de seus dois irmãos o grêmio literário Tobias Barreto. Trabalhou no periódico Gazetinha e publicou poemas no Almanach Litterário de Pernambuco e no Jornal de Domingo.
CAMPOS, Antonio; CORDEIRO, Claudia. PERNAMBUCO, TERRA DA POESIA - Um painel da poesia pernambucana dos séculos XVI ao XXI. Recife: IMC; Rio de Janeiro: Escrituras, 2005. 628 p.
Ex. bibl. Antonio Miranda
SONTEO
A Venâncio Filho
Em vão tentais nos ocultar a chama
Que o vosso peito alastra e que o devora.
Nós, as mulheres, fracas muito embora
Sabemos ler no olha do homem que ama.
No lábio que, agitando-se, descora,
Traduzimos a frase que se inflama!
E muita vez no gelo se derrama
Fogo que o peito de afeição vigora.
O homem é assim inconsciente,
Sempre ostentando aquilo que não sente!
Quando jura um afeto está fugindo;
Quando se diz liberto está cativo!
Ironia cruel! Por que motivo
Há de o homem viver sempre mentindo?
(In Escritoras brasileiras do século XIX, vol. II, p. 883)
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Página publicada em setembro de 2022
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